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Conceitos fundamentais de psicanálise

“Os efeitos de uma análise são mais marcantes pelas coisas que a presença do analista leva o sujeito a escutar daquilo que ele mesmo diz. Ouvir o que diz é fazer daquilo que se fala, escrita. Se analisar é de certa maneira aprender a escrever e a editar o texto da própria vida.” (…)

“Por isso, uma análise é um caminho só de ida, aprender a ouvir o que dizemos, aprender a (se) escrever é um caminho definitivamente sem volta. Um caminho que salva algumas vidas”, elabora a escritora e psicanalista Ana Suy.

A experiência da análise implica uma mudança profunda na relação do sujeito com sua própria subjetividade. 

“O que acontece na análise é que o sujeito se dá conta de sua falta. Não se pode voltar atrás após esse encontro com o real do inconsciente, uma vez que a entrada no processo analítico altera irremediavelmente a posição do sujeito." (Seminário 11, p. 47)

No Seminário 11, Lacan explora profundamente a relação entre linguagem e transferência, destacando como a transferência é constituída pela fala e inconsciente do paciente que é direcionado ao analista.

"A transferência é o que constitui a situação analítica em sua verdade, porque é o lugar onde o sujeito se encontra com a linguagem e o analista, ao mesmo tempo que é a operação de deslocamento do desejo. A transferência não se reduz à simples repetição, mas ao movimento que o desejo do sujeito faz em relação àquilo que o analista representa, como o sujeito da linguagem." (Seminário 11, p. 123)

A transferência não é uma simples repetição de conteúdos inconscientes, mas uma movimentação dinâmica que ocorre dentro do campo da linguagem. A presença do analista é fundamental para que o sujeito possa projetar, reviver e reelaborar e é por meio da palavra (ou linguagem) que essa relação se estabelece.

 

 

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